A primeira semana do mês de abril de 1986 foi histórica para o mercado de motos no Brasil. Foi nesta data que a Honda apresentou a CBX 750F, um modelo que causou verdadeira comoção no meio motociclístico.
Honda CBX 750F
Limitada a 800 unidades, importadas diretamente do Japão, a chegada da Honda CBX 750F às revendas nacionais interrompeu nada menos do que uma década de jejum em termos de motos de alta cilindrada no país, uma vez que as importações de veículos, proibidas em 1976, só seriam reestabelecidas em 1990.
A história de como a Honda conseguiu quebrar o bloqueio e importar estas CBX 750F é um exemplo do pioneirismo e perseverança da empresa, verdadeira responsável por impulsionar a indústria da moto Made in Manaus.
A fabricante da pioneira CG 125 não se limitou a produzir o modelo utilitário, que foi sucesso instantâneo, mas fez de sua fábrica em Manaus um exemplo de diversificação e uso de alta tecnologia, que poucos anos após a inauguração passou a produzir além da CG modelos cada vez mais tecnológicos, como as XL e XLX 250 e CB 400 e 450.
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Por conta deste investimento em tecnologia, a Honda foi merecedora de uma autorização especial para importação das 800 unidades da CBX 750F para fins de pesquisa de mercado, comprometendo-se a nacionalizar o modelo em breve espaço de tempo. E assim foi feito: já no final de 1986, a Honda apresentaria sua CBX 750F Made in Manaus, modelo que permaneceria em produção ininterruptamente até dezembro de 1994.
A moto Honda CBX 750F marcou época, “matando a sede” dos brasileiros por motos de alta cilindrada. Obviamente, os 800 modelos importados foram muito disputados e ainda são, de longe, os mais raros e procurados pelos colecionadores e apaixonados.
A sua ficha técnica não desapontava: preta com discretas faixas em prata e vermelho na semicarenagem, escapes dois em um com um impecável acabamento em preto brilhante, a CBX 750F da primeira leva trazia um motor de quatro cilindros em linha DOHC, 16 válvulas e impressionantes – para a época – 82cv de potência, que a levavam a superar os 210 km/h de velocidade máxima.
A ciclística também impressionava, com quadro de berço duplo dotado de suspensão regulável, equipada com um avançado sistema antimergulho. Atrás a suspensão era monoamortecida, também regulável. Completavam o requinte técnico um poderoso sistema de freios com dois discos na dianteira e um na traseira e pneus sem câmara aro 16 polegadas na dianteira e 18 atrás.
O cuidadoso processo de nacionalização deu aos brasileiros uma CBX 750F ainda mais adequada às condições nacionais: o motor não sofreu nenhuma alteração; já na parte ciclística a roda dianteira passou a ter 18 polegadas e as suspensões receberam novos ajustes. Esteticamente, a semicarenagem passou a ter uma bolha para-brisas mais protetiva e tal configuração foi mantida até 1990, quando chegou a CBX 750F Indy, que se caracterizava por uma imponente carenagem integral.
Não é exagero dizer que através da CBX 750F a indústria da moto brasileira deu um enorme salto qualitativo, permitindo um desenvolvimento tecnológico extremamente relevante, responsável pela sucessiva enxurrada de modelos afinados com a produção mundial.
A mágica CBX 750F em qualquer versão é uma moto extremamente cobiçada por colecionadores de todo o Brasil, e ainda é frequentemente vista em uso no dia a dia por muitos motociclistas, prova indiscutível de sua robustez mecânica e eficiência.
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