Começou em 2014, quando fui buscá-la no Rio de Janeiro, após um anúncio num site de compra e venda, de novos e usados.
Sempre quis ter uma custom com motor em ‘V’! Quase adquiri uma Harley 883 zero, em Portugal, no ano 2000. Mas meu objetivo não era permanecer naquele país. Voltando ao Brasil, possuí outras motos de 100 à 350 cc, mas sempre de olho em uma moto que me atendesse tanto na cidade como na estrada, em questão de economia, mobilidade e conforto. Infelizmente as grandes montadoras suspenderam a produção dessas motos em média cilindrada. Parece que ( com certeza), no Brasil, o que dá certo na produção industrial não serve para o lado comercial. Como em outros países a mesma ainda é produzida; optei e guardei grana, pra hora certa, em que surgisse uma boa oportunidade de fechar negócio. Foi uma verdadeira aventura com alguns obstáculos pelo caminho! Já estava determinado em comprar, através de meu irmão, uma mais cara e de estado menos conservada. Foi quando numa quarta-feira em que tomei a decisão, há noite, olhando sem compromisso o site, me deparo com um novo anúncio ( prêmio de loteria ). Liguei imediatamente para o anunciante pedindo ao mesmo que ´segurasse´ até sexta, quando chegaria cedo na rodoviária, pra fechar acordo; ao qual não faltou com a ´palavra´. Senhor distinto e honrado que havia acabado de sair de um divórcio e vendia a mesma por apena R$5500,00, a qual valor de mercado pra época era de R$9600,00. Várias ofertas foram feitas, mas cumpriu o combinado. A parte dos obstáculos começou após o acordo fechado! O ex-dono liga a moto todos dias e esqueci de perguntar se ele saía vez em quando coma a mesma. Levei meu capacete no ônibus e pegando a moto, saindo Leme, pelo Aterro do Flamengo começaram os problemas. A gasolina envelhecida no tanque entrou pelo carburador adentro, e na terceira parada por engasgue não funcionou mais, mesmo esvaziando todo tanque e colocando novo combustível. Imagina empurrar do Aterro até a Lapa, pra oficina mais próxima, uma moto de aproximadamente 140 kg!!! Foram mais de 3 h de esforço… Quase não chego a tempo de pegar o estabelecimento aberto, e pra tê-la pronta no outro dia até o meio-dia, tive que pagar mais caro pela limpeza do carburador. Passado a noite numa pousada, próxima a Praça da República, recomposto do exercício; chego no mecânico às 11:30 h. Feito o serviço, como combinado, me informam que a bomba de combustível estava com problemas e que foi desativada ( descobri mais tarde que o mecânico não era especialista ). Pegando a estrada, de volta ao ES, atravessei a Rio- Niterói sem problemas; foi quando peguei a BR-101 que percebi que, quando a velocidade chegava à 100-110 km/h, a aceleração diminuía espontaneamente e só firmava novamente nos 80 km/h; então vim do Rio pra Vila Velha nessa média de 100 km/h, saindo da Lapa ao meio-dia e chegando na Praia de Itaparica às 19:30 h com 3 paradas para abastecimento, apenas, sem almoço e lanche qualquer.
Assim começaram minhas aventuras com esta guerreira, de acento original muito confortável para o piloto, rodando 515 km entre o Rio-Centro e Vila Velha.
Mecânica acertada e atendendo bem meus objetivos, o próximo passo é continuar curtindo-a muito e customizá-la futuramente, após desgaste dos cromados e pintura.
