Os primeiros grupos organizados surgiram no final da década de 1950 e início da década de 1960. O East Bay Dragons, formado em 1959 por Tobie Gene Livingston e composto inteiramente por bikers negros, foi um dos primeiros. Em 1959 também era formado o Chosen Few, racialmente misturado, formado por negros, nativo-americanos, brancos, asiáticos etc.
Mas o início disso tudo remete à Segunda Guerra Mundial. Logo após o fim da guerra, os pilotos que formavam os Tuskegee Airmen (Primeira equipe de aviadores negros do exército dos EUA) começaram a se interessar por motocicletas pois eram elas que proporcionavam a sensação mais próxima à de pilotar um avião.
Durante a década de 1960, no auge dos movimentos dos direitos civis, os motoclubes apareceram não só representando a integração mas também como uma espécie de contraponto aos clubes exclusivamente brancos. Os bikers negros, obviamente, tinham idéias progressistas, se aproximavam do Black Panther Party e de outras organizações negras.
Na estética não se diferenciavam muitos dos outros grupos, já que, apesar de incomuns, as peças entravam na cultura por sua função utilitária, não só pelo visual. Jaquetas biker e bombers de couro (Ambas utilizadas durante a Segunda Guerra Mundial), calças jeans, botas e coletes. Patches de identificação de cada grupo bordados nas peças também era obrigatórios. Essa estética teve influência fortíssima dentro das subculturas urbanas, conseguindo se perpetuar até hoje. Nas fotos do final da década de 1960 e da década de 1970 inteira é possível identificar a mistura das roupas clássicas dos bikers com algumas peças típicas da cultura negra, como os bonés newsboy, toucas de crochê, camisas paisley etc.
Esses motoclubes permanecem firmes até hoje. A trajetória dos bikers negros através dos anos foi contada no livro “Soul on Bikes” (Lembrando que o termo “Soul”, o mesmo da Soul music, é usado para falar daa cultura negra e pessoas negras). “Biker Boyz”, um filme bem popular e que foi exibido diversas vezes em canais abertos daqui do Brasil retratam de forma interessante os negros dentro da cultura dos motociclistas, apesar de não representar um ponto de vista histórico, sendo apenas uma história que tem como pano de fundo a cena californiana desses membros de clubes/gangues.