Serra da Canastra: percorrer essa região a bordo de uma motocicleta é uma aventura imperdível. Confira como foi nossa viagem até este local de belezas naturais exuberantes!
Texto e Fotos: Trinity Ronzella
É preciso explicar que existe a região da Serra da Canastra e o Parque Nacional da Serra da Canastra, que são duas coisas diferentes.
A região conta com mais de 200 mil hectares e engloba seis municípios: São Roque de Minas, Vargem Bonita, Delfinópolis, Sacramento, São João Batista do Glória e Capitólio, é muito grande e não dá para conhecer tudo em um final de semana ou feriado, sugiro pesquisar e escolher o roteiro de acordo com seu gosto.
O Parque Nacional da Serra da Canastra está dentro dessa região, foi criado em 1972 com o intuito de proteger as nascentes dos rio São Francisco. A portaria principal está localizada na “parte alta” da serra, a 8 quilômetros da cidade de São Roque de Minas. Dentro do parque está localizada uma das mais belas cachoeiras do país, a Casca D’Anta, com seus quase 200 metros de queda.
Roteiro
Nesse roteiro não fomos para a portaria da “parte alta”, optamos por percorrer quase 250 quilômetros em dois dias para curtir os incríveis visuais que a Canastra nos presenteia, com algumas paradas para curtir as cachoeiras, conhecer a história, saborear o famoso queijo canastra e a culinária local, além de passar um feriado com os amigos andando de moto.
Saímos de São Paulo e fomos para São João Batista do Glória, aproximadamente 410 quilômetros de asfalto. De lá seguimos para a Pousada Villa Canastra, que seria nossa base, escolhida a dedo devido a localização estratégica. Ela está a 18 quilômetros de estradas de terra da cidade.
A 400 metros da pousada tem o Restaurante do Xodó, que experimentamos assim que chegamos, antes de darmos um rolé, pois os roteiros começariam apenas no dia seguinte. A comida e o atendimento são ótimos!
Aproveitamos o dia bonito para dar um passeio sem compromisso pelas estradas da região e voltar antes do anoitecer, rodamos aproximadamente 40 quilômetros “sem querer” e visitamos a Cachoeira do Quilombo! Essa cachoeira tem uma trilha de 15 minutinhos, dela há uma vista incrível, vale a caminhada! Ficamos por lá quase até o final do dia, pegamos as motos e voltamos para pousada já quase à noite.
O Jantar na Pousada foi onde todos se conheceram e quase morremos de tanto comer! Ô comida boa sô! Definitivamente não é um lugar para se fazer dieta, é imperdível!
Primeiro dia na Serra da Canastra
A ideia era a seguinte: Saindo da pousada iríamos para São José do Barreiro, passando na Cachoeira do Barulho e na Queijaria do Zilomar. Esses eram os pontos de parada até o restaurante que, mais uma vez, destruiu qualquer intenção de se manter em forma. No cume onde está a cachoeira você tem uma vista incrível e, mesmo com o dia nublado, a sensação de estar a poucos centímetros da queda d’água é incrível!
Pode-se deixar o veículo na estrada e caminhar cinco minutinhos até a cachoeira mas, alguns de nós optamos por chegar com a moto, apesar das erosões no caminho. Foi bem legal!
Saímos da Cachoeira e, nosso próximo destino seria a Queijaria do Zilomar, a aproximadamente 30 quilômetros de distância que, para nós, levou quase duas horas para percorrer, pois tivemos um pneu furado e várias paradas para fotos.
Na queijaria foi incrível, eles infelizmente não tinham mais queijos para venda mas, tinham para degustar, o que foi ótimo! Pois eles enviam o queijo via correio! Resolvido!
São José do Barreiro
Chegamos em São José do Barreiro uma hora depois de sair da queijaria e paramos para almoçar no Restaurante Paredão da Canastra! Um fogão a lenha cheio de opções, saladas, doces, enfim, um pecado atrás do outro! Mais um imperdível! Dica: chegue cedo, pois se forma uma grande fila!
Terminada a comilança, seguimos para o cartão postal da Canastra, a cachoeira Casca D’Anta e seus quase 200 metros de queda! As chuvas deixaram o volume d’água enorme, causando um visual impressionante para os visitantes!
Uma caminhada de vinte minutos e pronto, lá está ela a seus pés para tirar inúmeras fotos! Não deixe de ir! Nos feriados pode estar mais conturbado devido ao alto fluxo de turistas!
Saímos da cachoeira e o próximo destino seria descer a famosa Serra Branca. Uma descida repleta de pedras que fazem a alegria dos 4×4 e motos off-road. No alto, a paisagem é deslumbrante e a descida, emocionante. Quando ela termina a vontade é subir tudo de novo!
Depois da Serra Branca seguimos para pousada, tomar um banho e cometer o pecado da gula mais uma vez no jantar da pousada, batendo papo com os amigos e os novos amigos que conhecemos por lá. Uns de bike, outros de jipe, mas todos muito satisfeitos com o dia. Uma fogueira com vista para a serra completou o final do dia antes do merecido descanso.
Segundo dia na Serra da Canastra
Esse dia seria mais rápido, pois algumas pessoas iriam retornar para suas cidades mas, não poderia ser menos emocionante.
Saímos da pousada, passamos no posto Glória para abastecer e seguimos para a Cachoeira Viking. Ela está no caminho de Furnas, pegamos um trecho de rodovia e terrenos com bastante pedras, é preciso ir com cuidado. Você paga 20 reais no ingresso que da o direito de passar o dia, mas leve o que comer e beber. As cachoeiras são lindas e a água transparente. Vale a visita!
Deixamos a cachoeira com destino a represa de Furnas, que está a poucos quilômetros por asfalto. Passamos sobre a barragem até chegar ao mirante. As comportas estavam abertas é coisa rara, isso mostrava o grande volume de água, proporcionando um visual bem legal!
Todos fizeram seus registros fotográficos e seguimos para mais um momento gastronômico no Restaurante Chão Nativo, que serve boa e diversificada comida mineira, a tilápia recheada de requeijão é uma iguaria, hum!
Retorno à pousada
Após o restaurante alguns amigos já retornaram para pousada e pegaram estrada para casa mas, nós fomos mais a frente, até o mirante Morro dos Cabritos. Esse mirante não tem estrutura nenhuma mas a vista é incrível! Dá para se ter uma pequena idéia da imensidão do Lago de Furnas. Elel é muito grande!
Registro fotográfico feito seguimos já com rota de retorno para pousada mas, antes não poderíamos deixar de passar em mais uma queijaria, a Quintal do Glória!
Está muito perto da cidade e o atendimento foi incrível! Uma aula sobre queijos durante a degustação foi o suficiente para eu começar a pensar o que eu poderia deixar na pousada para levar queijo, pois não imaginava como iria caber!
Ainda passamos no centro da cidade para ver algumas lojinhas de souvenirs e seguimos para pousada para deixar tudo pronto para o dia seguinte, mas 15 quilômetros antes, mais um pneu furado mudou os planos e chegamos a pousada já escuro, o que não foi problema algum.
Só o grande movimento contrário que levantou muita poeira e fez com que parte do grupo passasse reto na entrada a direita, quanta poeira! Rodaram cinco quilômetros a mais até perceber o erro e voltar. Já estava escuro. Uma vez na pousada, banho para tirar a poeira e mais uma vez…jantar!
Depois de uma bela noite de sono, estava pronto para enfrentar os mais de 400 quilômetros da volta com segurança. Voltamos todos com uma certeza: Foi pouco! Ainda tem muito para ver na Canastra, voltaremos!
Yamaha XTZ 250 Lander
Na estrada até lá se comportou muito bem! Andando na faixa de 90/100km/h seu consumo foi de espantosos 37 km/l e, a 110/120 km/h caiu para 28 km/l, dentro do esperado. Durante os quase 250 quilômteros rodados dentro da Canastra, o consumo ficou em 35 km/l. Muito satisfatório no meu entendimento.
Foi um passeio, então, a moto toda original enfrentou super bem os diferentes tipos de terreno, passagens de água, barro, subidas e descidas. Confortável, suspensões macias, bom torque e freios seguros foram os destaques! Uma boa escolha para esse rolê! Um agradecimento à Yamaha do Brasil pelo empréstimo da moto!
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fonte:https://motociclismoonline.com.br/especiais/viagem-de-moto-a-serra-da-canastra-e-incrivel/