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The Riders Histories
Histórias

A história da Mobylette

Nos anos 70 tivemos uma verdadeira invasão de ciclomotores no Brasil, mais um modelo foi o símbolo desta era, dando seu nome como apelido aos outros: a Caloi Mobylette. É deste ícone que vamos falar nesta postagem.

A MOTOBECANE

Para contar a história da nossa Mobylette, precisamos contar a história da sua irmã francesa.

A Motobecane foi uma grande fabricante de ciclomotores da França, onde desenvolveu sua primeira versão da Mobylette em 1949.

” Hoje, poucas pessoas se lembram da MB1, uma pequena motocicleta de 175cc projetada no início dos anos 1920 por Axel Bardin e Charles Benoît, então funcionários da SICAM (Empresa Industrial de Construção de Carros e Motores), sediada em Pantin. …

A marca Motobecane que os dois “B” criaram com um terceiro (Jules Benezech) em 1924 faz parte da história dos veículos de duas rodas na França, graças ao lendário Mobylette do pós-guerra e seu modelo principal. AV88 apelidado de “azul”. 

A história do Motobecane e MBK, Mobylette e Booster – Moto-net.com

A Motobécane produziu algo em torno de 30 milhões de Mobylettes em todo o mundo, até o seu fechamento, em 1981.

CURIOSIDADE:

A Mobylette ainda é um sonho de consumo no Marrocos:

” Colônia da França até 1956, o Marrocos adotou o meio de transporte barato e robusto, capaz de fazer 50 km/l de gasolina misturada a óleo dois tempos. O motorzinho de 49,9cm³ rende 2,5cv e a máxima não chega a 50 km/h. Está muito carregado e precisa subir uma rampa? Use o pedal e dê uma forcinha à transmissão CVT…

— Nossa região é plana, então a Motobécane vai muito bem. Além disso é muito econômica. Eu adoro! — elogia o vendedor El Ammari Abderazak, que usa uma Mobylette em seus deslocamentos diários por Arfoud.” Revista Auto Esporte.

A NOSSA MOBYLETTE

Nos anos 70 a Caloi, diante do sucesso de vendas do Ciclomotor austríaco Puch, fabricado pela Motovi sob licença da marca da Áustria desde 1972, resolveu entrar de cabeça neste novo segmento de mercado e foi buscar a licença da francesa Motobécane para produzir o, talvez, ciclomotor mais bem sucedido da história, a Mobylette.

A Caloi providenciou a construção da sua fábrica na Zona Franca de Manaus, onde à partir de 1975 passou a produzir seu ciclomotor.

Pela facilidade de adquirir as peças diretamente da França, através da isenção do imposto de importação por possuir sua fábrica em Manaus, a Caloi obteve enorme sucesso em vendas desde seu lançamento, devido a qualidade de sua moto, sobretudo pela forte campanha publicitária.

A Caloi providenciou a construção da sua fábrica na Zona Franca de Manaus, onde à partir de 1975 passou a produzir seu ciclomotor.

Pela facilidade de adquirir as peças diretamente da França, através da isenção do imposto de importação por possuir sua fábrica em Manaus, a Caloi obteve enorme sucesso em vendas desde seu lançamento, devido a qualidade de sua moto, sobretudo pela forte campanha publicitária.

A Mobylette Caloi 50, com o ótimo motor AV7, foi feita até 1979.

 Em 1980 a Mobylette passou por mudanças significativas, passando a adotar o motor AV10, uma evolução da versão anterior. Ganhou também novo farol (redondo) e lanterna traseira.

Em 1981 ocorre a grande mudança da linha. A Mobylette mudou totalmente sua configuração de quadro, era o modelo denominado Mobylette II AV10. Seu design moderno, era extremamente semelhante ao da sua maior rival, a também recém remodelada Monareta AV-X.

As semelhanças eram muito grandes, e a única, talvez, grande diferença entre ambas era o fato do tanque da Monark ser de plástico embaixo do banco e o da Caloi ser no tubo do quadro, abaixo do guidão, além da lanterna traseira, que na Monark era abaixo do Banco, entre a garupa (que era removível) e a da Caloi era no para-lamas traseiro.

Em 1983 a Mobylette recebe nova atualização, recebendo uma nova traseira, onde o quadro, na parte traseira, recebe um novo desenho, assim como um novo para lama, agora de plástico, com lanterna integrada, a tornando mais jovial.

Além da versão XR, a Mobylette também contava com a CX, modelo mais simples da marca, sem a carenagem e com para lama dianteiro de metal, pintado na cor do modelo.

Em 1988 a Mobylette continuava seguindo sem alterações importantes mas continuava firme nas vendas.

Modelo XR de 1990 com novas cores e grafismos.

A Mobylette seguia firme em 1993, com novas cores e grafismos.

O modelo de 1995 vinha com mudanças apenas no grafismo dos adesivos.

O modelo 1998 talvez seja o último modelo das Mobylettes.

A Mobylette foi um grande sucesso, tanto no Brasil como no mundo, sendo o sonho realizado da primeira moto de gerações de brasileiros, que tiveram o privilégio de ter uma.

Atualmente uma “versão” da Mobylette, semelhante a da Caloi, é fabricada pela Moby (seria uma versão da Empresa Motobécane?) chamada de Bikelete. O quadro é do mesmo design das últimas XR da Caloi.

COMO FUNCIONA O MOTOR DE 2 TEMPOS DA MOBYLETTE

Vantagens do motor

Motores 2-tempos não têm válvulas de admissão e escapamento nem comando de válvulas, o que simplifica sua construção e reduz seu peso;

Motores 2-tempos têm uma explosão a cada giro do virabrequim, enquanto nos motores 4-tempos há combustão um giro sim, um giro não, e isso dá um ganho significativo de potência aos motores 2-tempos;

Motores 2-tempos podem funcionar em qualquer posição, o que pode ser muito útil em equipamentos como as moto-serras. Já um motor 4-tempos normal pode ter problemas com o fluxo de óleo a menos que esteja de pé, e resolver essa deficiência pode deixar o motor mais complexo.Soltando centelha

Dá para entender um motor 2-tempos ao observar cada parte do ciclo. Comece pelo momento em que a vela dispara a centelha. O combustível e o ar do cilindro foram comprimidos, o que os faz entrar em ignição quando a vela solta a centelha. A explosão resultante empurra o pistão para baixo. Conforme ele se move vai comprimindo a mistura ar/combustível no cárter do motor. Quando o pistão se aproxima do fim do seu curso, a janela de escapamento se abre. A pressão que ainda existe no cilindro leva a maioria dos gases queimados para fora dele, como mostramos abaixo:

Quando o pistão finalmente atinge o ponto mais baixo, a janela de transferência se abre. O movimento do pistão pressurizou a mistura no cárter, o que faz com que essa mistura percorra o canal de transferência e entre no cilindro pela janela de transferência, desloque o restante dos gases queimados e encha o cilindro com uma nova carga de combustível, como na figura abaixo:

Repare que em muitos motores 2-tempos com desenho de fluxo cruzado a cabeça do pistão tem um formato que evita que a mistura ar/combustível que entra passe direto pela parte superior do pistão e saia pela janela de escapamento.O tempo de compressão

Agora, o virabrequim começa a levar o pistão de volta em direção à câmara de combustão, efetuando o curso de compressão. Conforme a mistura ar-combustível do pistão vai sendo comprimida, cria-se um vácuo no cárter. Esse vácuo abre a válvula de palheta e suga ar e combustível com óleo do carburador. Mas muitos motores não têm essa válvula de palheta e por isso são menos potentes em baixas rotações, devido ao refluxo da mistura ar-combustível pelo duto de admissão.

Assim que o pistão chega ao final do curso de compressão, a vela de ignição dispara de novo para repetir todo o ciclo. E esse motor se chama “2-tempos” porque tem um tempo de admissão simultâneo a um tempo de compressão. Em um motor 4-tempos, há tempos separados de admissão, compressão, combustão e escapamento.

Dá para ver que o pistão realmente faz três coisas diferentes em um motor de 2 tempos:

De um lado do pistão está a câmara de combustão, na qual o pistão comprime a mistura ar-combustível e captura a energia liberada pela ignição do combustível;

do outro lado do pistão está o virabrequim, em cujo compartimento o pistão cria um vácuo para sugar a mistura ar-combustível do carburador através da válvula da palheta e então pressuriza o cárter para que a mistura ar-combustível seja empurrada para o cilindro pelo canal de transferência;

ao mesmo tempo, as laterais do pistão estão agindo como válvulas que cobrem e descobrem as janelas de transferência e escapamento localizadas na parede do cilindro;

Realmente é bem legal ver o pistão fazendo tantas coisas diferentes, e é isso o que faz com que os motores 2-tempos sejam tão simples e leves. Em compensação, a carga térmica sobre o pistão é mais elevada, pois a cada curso descendente que efetua há uma combustão, enquanto o motor 4-tempos tem um dois cursos “frios”, o de admissão e o de compressão.

Se você já usou um motor 2-tempos, sabe que é necessário misturar óleo especial com a gasolina – agora que você já entende o ciclo 2-tempos, dá para ver o motivo. Em um motor 4-tempos, o cárter fica completamente separado da câmara de combustão, o que permite enchê-lo com óleo para lubrificar as peças do virabrequim, os mancais nas extremidades da biela, o pistão e a parede do cilindro. Em um motor 2-tempos, por outro lado, o cárter funciona como uma câmara de pressurização para forçar a mistura ar-combustível para dentro do cilindro, o que impossibilita que ela tenha óleo lubrificante. Em vez disso, o que fazemos é misturar óleo com a gasolina para lubrificar o virabrequim, a biela e as paredes do cilindro. Acredite, se você esquecer de misturar o óleo, o motor não vai durar muito…

FONTE: HOW STUFF WORKS

FICHA TÉCNICA DA MOBYLETTE AV10 XR 50CCMotor = monocilíndrico a 2 temposCilindrada = 49,90 ccTipo do Motor = cilindros / 2 tempos tempos / Arrefecimento ArCombustível = GasolinaPotência máxima = 2,2 CV a 5500 rpmTransmissão = CVT – Corrente e pinhão auxiliarIgnição = Por bobinaInjeção = Carburada 12mmMistura de óleo 2 tempos = 63ml de Óleo 2T mineral para motores resfriados a ar (período de amaciamento de 500Km) e 40ml (após o amaciamento ou 500km) para cada 1 litro de gasolina comum;Partida = Mecânica (Uma curta pedalada e soltar a embreagem)Freios = dianteiro e traseiro a tambor 80mmRodas = 2.00 x 17″Chassi = AçoSuspensão Dianteira = Convencional telescópicaSuspensão traseira = convencional com amortecedor com molaBalança = ConvencionalPeso = 46kgCURIOSIDADESA Motobécane francesa faliu em 1981 e teve o espólio adquirido pela Yamaha, que deu um novo nome a Empresa: MBK. A nova Empresa, observando o passado, resolveu dar continuidade na produção da mais icônica moto da marca: A M50, que nós aqui conhecemos por Mobylette.

A M50 havia sido modernizada em 1978, ainda pela Motobécane, preservando o mesmo quadro, passando a se chamar M51. Em 1983 volta a produção, agora sendo conhecida por MBK 51.

A nova versão contava com o motor AV10, que conhecemos bem, dando mais velocidade a Mobylette. O ciclomotor vendeu bem, sobretudo nos anos 90. Foi fabricado até 2003.

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fonte: https://monaretas.wordpress.com/2019/09/01/a-historia-da-mobylette/

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