Honda Biz 25 anos: Não sabemos se Michelangelo já enxergava suas esculturas prontas quando olhava um bloco de mármore bruto, mas há quem conte que, no HRB – Honda Research Brasil, alguém “viu” a futura Honda Biz ao ficar um longo tempo agachado, observando uma C100 Dream. Quando esticou as pernas, começou a falar:
Honda Biz 25 anos: a evolução de um projeto inovador – Capítulo 2
“Com uma roda traseira menor, dá para fazer espaço para um capacete sob o banco, mas o tanque tem que mudar de lugar!”
Mas como mudar de lugar o tanque em um chassi de aço estampado?
“Simples! Mudando o chassi. Em vez de chapa de aço, fazer com tubos.”
Simples?
Já devia ser tarde, apagaram a luz da sala. O cara precisava descansar. Mudar o chassi… Imagina que o Japão vai aprovar isso!
Mas a ideia sobreviveu a noites de sono, ou de insônia, e devagarinho foi contaminando gente. Até que bateu no ouvido do chefe, que, inesperadamente, gostou. Deu ordem para serrar o chassi de uma Dream e modificá-lo da coluna de direção para trás: em vez de chapas, tubos. E, por incrível que possa parecer, o primeiríssimo protótipo do chassi do que viria a ser a futura Honda Biz foi realizado improvisando, com canos de água!
O “chassi de cano” parecia ser viável. Com rodas e motor, a visão tridimensional daquela loucura aparentava ser menos loucura. A coisa podia dar certo, tinha potencial. Aliás, a verdade é que, de cara, aquilo parecia mesmo genial.
Fotos do protótipo, ainda sem carroceria, voaram para o Japão. Técnicos do Japão voaram para o Brasil. O embrião da Biz, um simples esqueleto sem esse sonoro nome, tinha alguma chance de vingar. Mas antes havia muitas etapas a serem cumpridas.
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Nenhum fabricante de motos ou do que quer que seja lança nada sem fazer pesquisas. E daí começou o vai e vem Brasil afora para testar o gosto das pessoas. Uma Dream com roda pequena atrás (ou uma scooter com roda grande na frente) agradaria? E se tivesse um porta-capacete?
O ok da matriz da Honda à sequência do projeto encerrava uma grande verdade: a ideia era mesmo genial. O inesperado “前へ行きましょう!” (tradução: Vamos em frente!) do Japão a uma ideia nascida no Brasil era uma quebra de paradigma.
Da fase de protótipo até a entrada de produção, três anos se passaram, um prazo curto para a época, o que demonstrava como o projeto havia nascido bem. A “receita” do chassi de tubos em substituição ao de aço estampado, além de possibilitar a área para o capacete sob o banco, típica das scooters, permitia velocidade de fabricação.
Problemas técnicos ligados ao deslocamento do tanque em direção à rabeta e a substituição da roda traseira de 17 polegadas por uma de 14 foram contornados alterando minimamente o ângulo da coluna de direção e a distância entre os eixos. Quanto ao motor e à transmissão, nada de novidade: tudo foi herdado da Dream, uma garantia de robustez e economia.
Tão estável, resistente e econômica como a Dream, e com um visual bem mais moderno, a novidade nasceu certinha. Mas, para além de suas qualidades técnicas, um detalhe fez grande diferença: o curto e genial nome “Biz”. No próximo capítulo, vamos contar como ele surgiu e como era a primeiríssima versão da C100 Biz de 1998. Não perca!
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